Apenas outros seis casos como esse foram registrados na história médica mundial
Um homem de 66 anos que foi a um hospital de Hong Kong aflito com um inchaço no abdômen recebeu uma impactante notícia: ao passar por um check-up, o diagnóstico apontou que se tratava de um cisto no ovário, já que, biologicamente, ele é uma mulher.
Segundo publicou nesta terça-feira (4) o jornal local "South China Morning Post" ("SCMP"), a confusão se deve a uma condição muito rara que é a combinação de dois distúrbios genéticos: a síndrome de Turner e a hiperplasia congênita adrenal (CAH).
A síndrome de Turner leva mulheres a terem algumas deficiências, entre elas, perdem a capacidade de engravidar, e, embora os portadores costumem ter aspecto feminino, nesse caso específico o portador do distúrbio também sofria de CAH, que provoca um aumento dos hormônios masculinos e gera uma aparência masculina.
Com barba, um pequeno pênis, mas sem testículos, o paciente, um chinês órfão nascido no Vietnã, havia considerado durante toda a vida ser um homem, relata o professor em pediatria Ellis Hon Kam-luna na revista médica "Hong Kong Medical Journal".
— É um caso muito interessante e muito raro de duas síndromes combinadas. É provável que não surja outro semelhante em um futuro próximo.
Depois de descobrir sua condição no hospital Queen Elizabeth da ilha, o paciente, que prefere manter anonimato, decidiu continuar sua vida como homem e começar um tratamento de hormônios masculinos.
Apenas outros seis casos como esse foram registrados na história médica mundial, mas os diagnósticos foram fornecidos antes.
A síndrome de Turner tem uma prevalência estimada de uma em cada 2.500 ou 3 mil mulheres, e implica ter só um cromossomo "x", em vez dois, que é o normal. Seu diagnóstico costuma ser possível inclusive em testes pré-natais, mas a combinação dessa síndrome com o CAH levou o paciente a desconhecer seu gênero biológico até uma idade inédita na literatura médica.
Fonte:R7 Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe
0 comentários:
Postar um comentário