Novo laudo indica inconsciência, mas não determina se Matsunaga estava vivo quando foi esquartejado

Defesa de Elize Matsunaga pediu exumação do corpo do ex-executivo para realizar novo exame

O laudo da exumação do corpo de ex-executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, foi concluído pelo IML (Instituo Médico Legal). O exame foi pedido pela defesa de Elize Matsunaga — assassina confessa de seu marido — que queria saber se Marcos morreu em função do tiro na cabeça ou se estava vivo ao ser esquartejado. 
De acordo com o exame, ao qual o R7 teve acesso, “a avançada putrefação impediu identificar qualquer tipo de reação vital”. No entanto, foi possível indicar que, após ser atingido na cabeça pelo tiro, Marcos ficou inconsciente.
“Após a lesão do crânio e encéfalo por um projétil de arma de fogo pode não ocorrer morte imediata (normalmente não ocorre) (...), mas sem dúvida alguma [há] perda de consciência”, diz trecho do laudo. Ainda em relação a essa questão, o documento explica: “É muito pouco provável que a vítima tenha permanecido consciente depois do disparo. No entanto, o laudo não consegue determinar por quanto tempo o empresário permaneceu vivo. “O tempo estimado de agonia é muito variável dependendo da intensidade do trauma. Acreditamos que no caso presente não deva ter ocorrido óbito imediato, permanecendo por um período que não podemos precisar a circulação e respiração”.
Para Luciano Santoro, um dos advogados de Elize, o novo exame é favorável para a defesa por indicar que o empresário poderia estar morto quando foi esquartejado, resultado diferente do primeiro laudo realizado no corpo de Marcos que demonstrava que o empresário morreu em decorrência de traumatismo craniano provocado pelo tiro, associado à asfixia, por ter aspirado sangue durante a decapitação, indicando que ainda respirava quando foi degolado.
— O [novo] laudo é importantíssimo porque derruba completamente o anterior. O novo laudo demonstra que ele não estava [vivo] e mostra que o tiro, ao contrário do que era sustentado pela acusação, não foi próximo, não foi encostado, foi de média a longa distância.
Após a exumação, o laudo indicou que “não havia elemento de pólvora no segmento craniano, portanto, o disparo foi de média a longa distância”. De acordo com o documento, o tiro foi disparado “certamente” à distância “maior que 40 centímetros”. Até então, a acusação trabalhava com um tiro a queima roupa.
— [O tiro] pode ter sido, e a gente acredita nisso, na distância que a Elize sempre disse que atirou no Marcos.
“Laudo não é conclusivo”
Para o advogado contratado pela família de Matsunaga, Luiz Flávio D’Urso, o exame realizado após a exumação do empresário não foi conclusivo já que o intervalo entre a morte e a realização da perícia prejudicou o resultado. 
— O laudo não muda o eixo principal do processo, que é o de homicídio qualificado seguido de esquartejamento. O [novo] exame indicaria que no momento do esquartejamento não havia circulação sanguínea, mas ponho em xeque isso pelo tempo recorrido entre a morte e a realização do exame. Mesmo porque, logo após a morte o resultado foi outro.
Em relação à distância do tiro, D’Urso acredita que “isso não muda absolutamente nada”.
— Continua [caracterizado] como [tiro] a curta distância, e a trajetória da bala foi descendente, o que indica que ele estava, provavelmente, sentado e temos aí o fator surpresa. Aquela história de que ela agiu sobre forte emoção cai por terra.
O caso
O empresário, herdeiro da Yoki Alimentos, foi encontrado morto e esquartejado na Estrada dos Pires, numa região rural, em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 de maio. O corpo foi localizado, cerca de uma semana após o desaparecimento, cortado em pedaços e colocado em sacolas plásticas.
Elize Matsunaga, mulher do empresário, confessou o crime e o esquartejamento no dia 6 de junho. De acordo com as investigações, Elize suspeitava que o marido estivesse tendo um caso e contratou um detetive particular para segui-lo. O profissional confirmou a traição.
De acordo com a versão da mulher, o marido foi morto com um tiro após uma discussão entre o casal, na qual ela teria sido agredida. Para a MP, a motivação do crime não foi passional. Na avaliação do promotor José Carlos Cosenzo, Elize teria matado por dinheiro.




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