Dilma é vaiada em solenidade em MS e minimiza: 'é democracia'

Presidente Dilma Rousseff em Campo Grande (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)

Cerca de 3 mil produtores rurais protestaram contra demarcação de terras.Enquanto discursava, presidente disse não ver problema no manifesto.


Produtores rurais vaiaram a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador do estado, André Puccinelli (PMDB), durante solenidade de entrega de 300 ônibus escolares, no Jóquei Clube, em Campo Grande, nesta segunda-feira (29). O grupo protestou contra a demarcação de terras feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em Mato Grosso do Sul.
A maioria do grupo ficou atrás do setor da imprensa, na parte descoberta. Eles repetiram as vaias durante o discurso de diversas autoridades ao longo do evento. O protesto foi organizado pelos 69 sindicatos rurais do estado e pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e outras entidades que representam os produtores rurais. Segundo a Famasul, cerca de 3 mil produtores de Mato Grosso do Sul e também do Paraná participaram.
Durante a entrega de chaves dos ônibus escolares aos prefeitos, em que não havia discursos, Dilma Rousseff foi vaiada pelos produtores, que gritavam “demarcação, não” e “sim à produção”. O governador chegou a interromper a solenidade para pedir que eles parassem de vaiar, “em respeito a presidente”. Em seguida, os manifestantes chegaram a vaiar novamente, mas depois pararam.
No momento em que a presidente foi ao microfone para o discurso, que durou cerca de uma hora, ela foi vaiada novamente. “Gente: acho bom ver vocês gritarem mesmo porque democracia é isso. Não tenho problema nenhum [com as vaias]”, disse.
Ao final do evento, boa parte dos manifestantes se posicionou na saída do Jóquei. Com faixas e apitos, eles fizeram mais barulho, mas viram Dilma de longe. A comitiva presidencial evitou passar em frente dos manifestantes. Do lado de fora do hipódromo, a equipe partiu em dois helicópteros para a Base Aérea de Campo Grande de onde seguiu para Brasília (DF).


Carta entregue
O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, afirmou ao G1 que entregou um documento à presidente que pede a interrupção da demarcação de terras indígenas no estado. Segundo ele, o objetivo é cessar os conflitos entre produtores e indígenas. Riedel afirmou que são 52 pontos de conflito em Mato Grosso do Sul, a maioria na região sul.
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